É também conhecido como cinema apelativo. O exploitation é um gênero cinematográfico que se popularizou entre as décadas de 60 e 70, para justificar as produções de baixo orçamento, mas com uns toques peculiares.
Neste gênero, podemos encontrar sensacionalismo, violência extrema e efeitos especiais bem ruins ou muito exagerados. Além disso, a preferência é por contextos de submundo, muita explosão, nudez e excesso de drogas.
Mas por que assistir a uma coisa dessas? Porque é surpreendente! E, embora essas sejam as principais características, algumas produções utilizam apenas o supra-sumo desse gênero. O resultado são filmes geniais, clássicos da melhor qualidade e que consagraram diretores que são especializados em cinema de exploitation. Vamos começar com Quentin Tarantino (falamos dela na edição passada) e Robert Rodriguez.
Para quem esperava o texano Robert Rodriguez mexendo com sangue e sexo nas produções rudimentares e independentes, se enganou. Foi esse cara quem dirigiu As aventuras de Sharkboy e Lavagirl, e a trilogia Pequenos Espiões. Sim! Filmes infantis e exploitation. Você já deve ter assistido a um desses filmes na Sessão da Tarde, então, pense na quantidade de personagens pitorescos e fatos absurdos que acontecem ao longo da trama. É só abrir sua mente e observar. Não disse que este gênero é surpreendente?
Outro filme interessante de Rodriguez é O mariachi, de 1992. Na história, um músico é confundido com criminosos que só andavam de preto e com uma caixa de violão a tiracolo, e começa a ser perseguido.
O filme, que concorreu a vários prêmios, custou pouco mais de $7 mil para ser concluído, valor adquirido com a venda da casa do diretor, que também participou como cobaia de alguns experimentos para levantar mais uns trocados.
Além disso, uns amigos fizeram uma vaquinha para ajudar nos custos e outros toparam atuar no filme, que contou com poucas películas para serem gravadas. No final das contas, depois de muito planejamento, cada cena foi gravada apenas uma vez. O diretor exerceu todas as funções técnicas durante o filme, inclusive foi ele quem filmou toda a história, utilizando uma cadeira de rodas quebrada para efetuar os movimentos de câmera. E as armas com que os personagens atiravam? Todas pistolas de água e algumas de verdade emprestadas pela polícia local.
Visto como é interessante a produção, que tal se aventurar assistindo à essas peças raras do cinema? E, fora esses filmes estrelados que citei aqui e na edição passada, experimente “dar um Google” e assistir uns filmes exploitation mesmo, bem pesados, baratos e exagerados.
