Resumindo a atual conjuntura da política brasileira.

Resumindo a atual conjuntura da política brasileira.

Resumindo a atual conjuntura da política brasileira.

Delações, ministérios, divulgação de áudios, pessoas nas ruas, liminares, impeachment, câmara trabalhando na sexta-feira e muito mais coisas agitam a política brasileira.

Se você tem o mínimo interesse por política ou economia, com certeza percebeu que ultimamente o Brasil está apresentando um ritmo digno de roteiro cinematográfico. Em meio a crise política de reflexos econômicos, há mais de 1 ano estamos vivendo desdobramentos de histórias que para muitos pareciam coisa da ficção.

Hoje, estamos às vésperas de uma das mais comentadas e aguardadas decisões políticas da nossa história. Amanhã (29), o PMDB decidirá se continua com o Governo Dilma, ou se vai abandoná-lo devido a uma série de fatores que vêm ocorrendo, e essa resposta pode ser um prelúdio do segmento ou não do processo de impeachment da presidente Dilma que tramita na Câmara dos Deputados.

Mas você sabe quais os fatos que vêm ocorrendo recentemente? Sabe por que o PMDB está pensando em “abandonar o barco”? No vídeo a seguir eu relato de forma muito resumida um pouco dos principais fatos ocorridos neste mês de março e como seus desdobramentos nos trouxeram até a atual situação.

Como em enquete o pessoal demonstrou interesse para que o Reconhecida abordasse um pouco o tema de política nacional, então, resolvi começar com um vídeo apresentando nossa situação atual, e conforme forem surgindo fatos relevantes, ou que afetem nossa região, serão repercutidos aqui também. Espero que gostem do vídeo, e deixem seus comentários ao final.

Após delação premiada do senador Delcídio do Amaral, citando vários nomes supostamente envolvidos em esquemas de corrupção e desvio de dinheiro da Petrobras, logo no início de março, o país, mais do que nunca voltou sua atenção para a operação Lava jato, da Polícia Federal.

Poucos dias depois dessa delação, a PF de São Paulo utilizou um mandato de condução coercitiva para que o ex-presidente Lula (Luiz Inácio Lula da Silva), sua esposa e filho para ouvir seus depoimentos sobre casos investigados pela Lava jato, o que incomodou muito o ex-presidente, que fez um discurso de desabafo logo após o caso.

Depois de alguns dias de repercussão sobre trechos da delação que foram divulgados pela imprensa, a presidente Dilma Rousseff, que tinha um processo de impeachment contra ela aceito na Câmara dos Deputados, começou a cogitar a possibilidade de Lula juntar-se a seu governo para auxiliar na articulação política, a fim de tentar evitar que os deputados votassem a favor de se iniciar um processo de impedimento de seu mandato.

No dia 11 de março, foi feito um pedido de prisão preventiva de Lula, não vindo do juiz Sergio Moro, coordenador responsável pela operação Lava jato, mas do Ministério Público de São Paulo. Isso há dois dias antes de um ato contra o governo Dilma e a corrupção. Então, neste clima eufórico, no dia 13 ocorreram manifestações por todo o país.

Após grandes manifestações que reuniram milhões de pessoas por todo o território nacional, e inclusive manifestações solidárias de brasileiros no exterior, no dia 15 a presidente Dilma anunciou que o ex-presidente Lula se tornaria um de seus ministros, e sua nomeação oficial ocorreria em uma semana.

Contrariando as expectativas, na manhã do dia 16, Dilma nomeia Lula seu ministro-chefe da Casa Civil. Na ocasião, o deputado Mauro Lopes (PMDB) também recebeu o ministério da Aviação Civil, contrariando decisão de seu partido, que era de não aceitarem mais cargos do Governo. Enquanto isso acontecia, Aloizio Mercadante se defendia de áudios divulgados da delação do senador Delcídio, e uma liminar foi emitida para impedir que Lula pudesse assumir o cargo de Ministro.

Na mesma tarde deste dia 16, em Brasília, São Paulo e outras cidades, ocorreram manifestações diversas, muitas delas contrárias a nomeação de Lula como ministro. E ao fim do dia, o juiz Moro, remove o sigilo dos áudios de escutas telefônicas de Lula, e entre elas, a grande mídia divulgou um áudio onde a presidente Dilma tratava de um documento que deveria ser utilizado somente se necessário. Era um termo de nomeação e posse que estava sendo enviado para o ex-presidente.

Com a divulgação deste áudio, a parcela da população que parece defender os trabalhos da operação Lava jato foi, àquela noite, para as ruas, onde protestaram contra a impunidade, e a nomeação de Lula como Ministro, o que indicava uma tentativa de conceder prerrogativa de foro (foro privilegiado), para que o ex-presidente deixasse de ser investigado pela Lava jato e somente pudesse ser investigado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Ainda na noite do dia 16, a Advocacia-Geral da União (AGU) veio a público para dizer que não concordava com o que chamou de vazamento, referente aos áudios envolvendo Lula e a presidente Dilma. A AGU disse ainda que grampear uma presidente é algo ilegal. Momentos depois, uma edição extra do Diário Oficial da União foi publicada, trazendo também a nomeação de Lula como Ministro.

No dia 17, a liminar que impedia Lula de ser ministro foi derrubada, enquanto isso, mais de 50 liminares já eram espedidas pelo país querendo a suspensão dessa nomeação. Durante a manhã, em um evento do programa Minha Casa Minha Vida, a presidente Dilma criticou a divulgação dos áudios que se tornaram públicos, e os chamou de vazamentos ilegais, e reforçou que, não se pode grampear a presidente da república por riscos a segurança nacional, exceto caso determinado pelo STF. A tarde, uma nova liminar suspendeu a nomeação de Lula, e novos áudios foram divulgados, entre eles, o mais polêmico era onde o ex-presidente criticava deputados e ministros do STF, adjetivando-os de “acovardados”. E novamente manifestações contrárias ao Governo e à nomeação de Lula ocorreram em algumas cidades.

Na sexta-feira (18), manifestantes contrários ao governo do PT continuavam se manifestando na Avenida Paulista, em são Paulo, mas foram retirados do local pela PM, pois, o espaço já havia sido requerido desde o início do mês para que fossem feitas manifestações a favor do governo Dilma e do ex-presidente Lula na tarde do dia 18.

Durante a tarde, a segunda liminar que impedia Lula de ser Ministro também foi derrubada. O ex-presidente da República, Michel Temer disse que seu partido (PMDB) se reunirá para definir se permanece ou não com apoio ao governo. E a Câmara dos Deputados, depois de mais de 1 ano sem ter sessão de sexta-feira, abriu exceção, e conseguiu coro, o objetivo é acelerar o processo de impeachment da presidente Dilma, e reduzir o prazo de 10 sessões que a ela tem para apresentar sua defesa neste caso.

Na noite de sexta, ainda, houve manifestações por todo o país, dessa vez a favor do governo, do PT, contra a corrupção e a favor do ex-presidente Lula.

Nos dias seguintes, até hoje, continuam a ocorrer fatos importantes, mas, com reações menos explosivas. O Ministro do STF Gilmar Mendes impediu lula de ser nomeado Ministro. O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), investigado por corrupção e que responde a processo no Conselho de Ética da Câmara apresentou sua defesa alegando que não possui conta bancária no exterior.

O Ministro da Justiça deu declaração polêmica, alegando que se sentir cheiro de vazamento nas investigações da Lava jato, que troca imediatamente toda a equipe, mesmo sem provas. Declaração essa que pegou mal, e o STF deu 72h para que o Ministro se explicasse.

O Ministro Teori Zavascki, do STF quer que a Lava jato passe para o STF a parte da investigação referente a Lula, e o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB) demite o assessor de Delcídio do Amaral que teria gravado as conversas com Aloizio Mercadante, segundo Calheiros, a demissão foi por motivos administrativos, e estão dentro da lei.

Enfim, este é um resumão para citar quando a acontecimentos de maior impacto. A partir de agora, o Reconhecida tentará acompanhar o mais próximo possível novos eventos e desdobramentos e publicaremos assim que possível.

Queremos saber sua opinião, deixe nos comentários o que está achando de nossa cobertura política e sobre o momento que nosso país vive.

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