Após a posse dos novos ministros, o presidente interino, Michel Temer, discursou, e aproveitou para falar sobre sua proposta de governo.
Antes da posse dos novos ministros, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) figurou ao lado do presidente interino, que iniciou seu discurso falando que queria discrição na cerimônia. “Até pensei, num primeiro momento, que não lançaria nenhuma mensagem neste momento, mas percebi, pelos contatos que tive nestes dois últimos dias, que indispensável seria esta manifestação”, disse Temer, que há 1 mês teve um ensaio de discurso de posso vazado na internet.
Temer fez discurso de unificação nacional, e sugeriu que Governo, Parlamento e Sociedade trabalharão juntos e conseguirão superar as dificuldades, resgatando a credibilidade nacional e possibilitando que os empresários voltem a investir e garantir a retomada do crescimento.
O presidente interino também quer investir em Parcerias Público Privadas “Ao estado compete, vou dizer aqui o óbvio, compete cuidar da segurança, da saúde, educação, ou seja, dos espaços e setores fundamentais, que não podem sair da órbita pública. O restante terá que ser compartilhado com a iniciativa privada, aqui entendida como uma conjugação entre trabalhadores e empregadores.” Disse Temer.
Ele também disse que manterá os programas sociais, como Bolsa Família, Pronatec e Prouni, e disse que é preciso aprimorá-los, além de parar com o hábito de, ao assumir outrem, destruir o que foi feito, mas, sim, dar continuidade e elaboração de novos programas que sejam úteis para o país. E que nenhuma reforma alterará os direitos adquiridos pelos brasileiros.
Temer disse que não tinha intenção de falar sobre as matérias em tramitação para seu governo, mas, “como todos estão prestando atenção”, resolveu antecipar o assunto. Iniciou pelas reformas fundamentais, uma delas, é a revisão do Pacto Federativo, buscando dar maior autonomia aos estados e municípios.
Matérias como reforma trabalhista e previdenciárias, têm como objetivo o pagamento das aposentadorias e geração de emprego, buscando sustentabilidade para assegurar o futuro. E que estes assuntos serão trabalhados para que haja compreensão da população sobre os temas, e com isso espera ter governança e governabilidade, afirmou Michel Temer.
Falou ainda da busca permanente da moral pública, buscando maior controle e apuração de desvios, e citou que a Lava Jato tornou-se referência, e que não deixará que a operação seja enfraquecida.
Sobre a crise econômica, buscará frear a queda livre da economia, e tentará melhorar o ambiente econômico, para que o setor privado volte a investir e garantir mais emprego e renda. Em contra partida, o Governo trabalhará para reequilibrar as contas públicas. Temer disse que iniciou esse processo com a eliminação de vários ministérios e estão encomendados estudos para eliminar funções comissionadas e funções gratificadas desnecessários.
Para tranquilizar o Mercado, serão mantidas todas as garantias que a direção do Banco Central desfruta para fortalecer sua atuação como condutora da política monetária e fiscal. E quer remover a incerteza introduzida pela inflação alta dos últimos anos.
O presidente interino disse que o mundo tem observado o Brasil há anos, e que, pretende adotar “políticas adequadas para incentivar a indústria, comércio, trabalhadores e agricultura, buscando modernizar o país e reduzir o desemprego.”
Segundo dito em seu discurso, seguir sempre a constituição garante maior estabilidade social, o que transmite maior segurança para o mundo, e isso é essencial para o desenvolvimento do país. Além da realização dos jogos olímpicos, que farão o mundo parar para nos ver celebrando este grande evento.
Temer disse que este momento de posse, é para reflexão, não para celebração. Ele declarou respeito institucional à presidente afastada Dilma Rousseff, e falou da importância do respeito pelas instituições e a celebração da paz.
Temer disse que fará outros pronunciamentos, e que os novos ministros farão manifestações de seus trabalhos na busca por melhorias. Também falou da independência e harmonia entre os três poderes, e que o poder emana do povo.
A partir de agora não poderemos mais falar de crise, trabalharemos, e citou um exemplo de uma placa que viu, que dizia para não falarmos em crise, mas trabalhar. Ele brincou que pretende espelhar muitas dessas placas pelo país para ver se a situação melhora, e reforçou que o lema de seu governo interino será Ordem e Progresso. E encerrou pedindo para que Deus abençoe a todos nós, agradeceu e desejou um “bom Brasil para todos nós”.
Os novos ministérios ficaram assim:
Ministro da Casa Civil
Eliseu Padilha (PMDB-RS)
Ministro da Justiça e Cidadania
Alexandre de Moraes (PSDB-SP)
Ministro da Defesa
Raul Jungmann (PPS-PE)
Ministro das Relações Exteriores
José Serra (PSDB-SP)
Ministro da Fazenda
Henrique Meireles
Ministro dos Transportes, Portos e Aviação Civil
Maurício Quintela (PR-AL)
Ministro da Educação e Cultura
José Mendonça Bezerra Filho (DEM-PE)
Ministro do Trabalho
Ronaldo Nogueira de Oliveira (PTB-RS)
Ministro do Desenvolvimento Social e Agrário
Osmar Terra (PMDB-RS)
Ministro de Estado da Saúde
Ricardo José Magalhães Barros (PP-PR)
Ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
Blairo Maggi (PP-MT)
Ministro da Indústria, Comércio e Serviços
Marcos Antônio Pereira
Ministro do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão
Romero Jucá (PMDB-PE)
Ministro Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações
Gilberto Kassab (PSD-SP)
Ministro do Meio Ambiente
José Sarney Filho (PV-MA)
Ministro da Secretaria de Governo
Geddel Quadros Vieira Lima (PMDB-BA)
Ministro do Esporte
Leonardo Picciani (PMDB-RJ)
Ministro do Turismo
Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN)
Ministro da Integração Nacional
Helder Barbalho
Ministro das Cidades
Bruno Cavalcanti de Araújo (PSDB-PE)
Ministro do Gabinete da Segurança Institucional
Sérgio Etchegoyen
Ministro de Minas e Energia
Fernando Coelho Filho
Ministro da Advocacia-Geral da União
Fábio Osório Medina
Ministro da Transparência, Fiscalização e Controle
Fabiano Augusto Martins Silveira