O leitor indica – Parte II

Na segunda parte desta troca de cultura entre amigos, temos um pouco de romance em forma de livro e de filme, um documentário que aborda um assunto bem sério e, infelizmente, bem próximo de nossa realidade; e, para finalizar, uma sonzinho brasileiríssimo, mas diferentão. Sem mais delongas, vamos à segunda parte d’O leitor indica.

Filha da Índia

O estudante de jornalismo e futuro cineasta, Victor Triveloni, indica um documentário de 2014, que trata de um assunto muito sério resultante de um acontecimento recente aqui no Brasil: estupro coletivo. Filha da Índia narra o dia 16 de dezembro de 2012, quando uma jovem de 23 anos foi estuprada e morta por seis homens, dentro de um ônibus em movimento.

“Mais do que isso, o documentário mostra como a sociedade indiana trata as mulheres e os protestos que aconteceram depois deste fato”, afirma Victor, enumerando que as denúncias de estupro aumentaram em 35% no país, depois deste acontecimento.

E completa: “O documentário não trata apenas do estupro coletivo que matou a jovem, mas traz à tona questionamentos que precisam ser discutidos em uma sociedade imperada por homens machistas e misóginos: O que significa ser mulher? Como ela é vista na sociedade atual? Como deve ser a relação entre homens e mulheres?
O estupro cometido por seis homens dentro de um ônibus em movimento contra uma jovem estudante de Medicina de 23 anos, não afetou apenas uma pessoa, mas uma nação inteira, que vive presa a leis que diminuem cada vez mais o papel da mulher, a transformando em um objeto sem valor. Acho que é um documentário que serve para reflexão, ainda mais agora com os fatos que estamos vivenciando. Rever conceitos, descontruir opiniões e impor limites”.

O documentário é composto por entrevistas dos pais da menina, o amigo que a acompanhava ao cinema naquela noite, psicólogos, advogados, líderes de movimentos feministas e até um dos estupradores.

“Me chocou ver o estuprador dizer que a culpa era da jovem só porque ela não se dava o respeito por estar andando em um horário inapropriado. Mais chocante ainda é ver que advogados e psicólogos apoiavam aquilo, dizendo que, se fosse a filha deles, preferia que elas morressem. É muito chocante. Algo que também me chamou a atenção foi a entrevista com os pais da jovem. vê-los devastados daquela forma é um tiro no peito. Todo o esforço que eles fizeram para que a filha pudesse estudar medicina foi em vão”, finaliza Victor.

Mesmo se nada der certo

O filme de 2014 com Mark Ruffalo e Keira Knightley é sugestão de Carlos Henrique Ficco, formando em Ciências Contábeis e apaixonado por filmes que lhe tragam alguma emoção.

Trata-se da história de duas pessoas que se encontram em momentos de desilusão em suas vidas: Ele, um produtor musical que não consegue encontrar um novo artista há anos, e é mandado embora de sua agência. Ela, uma cantora e compositora, desanimada com os rumos da carreira e vida amorosa.

“Uma trilha sonora fantástica acompanha a história desses dois personagens enquanto tentam descobrir novos rumos para suas vidas. Filme para se e sentir e ouvir”, diz Carlos, destacando a trilha sonora do filme e a participação de Adam Levine, vocalista do Maroon 5.

O Melhor de Mim

Falando em romance, a estudante de Administração Gabriela Veroneze sugere uma obra do escritor Nicholas Sparks, O melhor de mim. Pessoas com emoção à flor da pele, preparem o coração.

Gabriela diz que o livro começa na adolescência da personagem principal, Amanda Collier, que aos 18 anos, apaixona-se por Dawson Cole, mecânico e membro de uma família de criminosos de classe baixa. Já Amanda, é de uma família rica e bem sucedida, e seus pais são contra essa paixão devido à origem do moço.

“Foi então que eles começaram um romance escondido. Passam momentos incríveis e inesquecíveis, mas devido às brigas dos pais de Amanda e ironia do destino, ela e Dawson rompem o namoro e cada um vive a sua vida”.

Vinte anos depois, os dois se reencontram, vivem outro romance passageiro, mas o ápice da história fica por conta de um acidente e de uma morte, envolvendo estas duas famílias, fazendo com que o casal ainda apaixonado e separado, ganhe uma ligação eterna (não vamos contar aqui, porque seria spoiler, mas fica um ‘tira gosto’ para os curiosos):

“Dawson Cole, quando reencontrou o grande amor de sua vida, havia lhe prometido ‘O melhor de mim’”, diz a estudante.

As Bahias e a cozinha mineira

Para terminar, um sonzinho diferente e daqui da nossa terra. Luan Prais, futuro publicitário e amante de música brasileira, recomenda a banda As Bahias e a cozinha mineira.

O nome já desperta a vontade de desvendar a banda, seu estilo e suas músicas. Luan explica: “As Bahias é porque as duas vocalistas têm este apelido; e A Cozinha Mineira, se não me engano, é por causa dos outros integrantes, que são mineiros”.

Outro aspecto da banda que é interessante interpretar é a capa do álbum Mulher (que você pode visualizar ao escutar a obra disponível no Youtube.

“É bem evidente, a parte escura representa o órgão sexual feminino e a liberdade e não precisar se depilar. Já o vermelho representa a menstruação”, explica Luan. E como o próprio nome diz, o álbum fala, basicamente, das mulheres.  O estilo é MPB, com toques nordestinos.

“Amo a banda com suas vocalistas transexuais, amo a voz delas e a força que elas carregam e passam. A música “Uma canção pra você” é a que mais despertou uma vontade de gritar pro mundo quem sou e o quanto orgulho tenho de ser assim. Eu nem sei muito que falar desta banda, só sei que ela mexe com meu interior”, enfatiza.

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