O leitor indica – Parte I

Quero que se imagine numa conversa informal com os amigos nesta edição. A proposta do ‘Leitor indica’ é trazer outras opiniões sobre livros, filmes e músicas, indicados por nossos leitores e assim, aumentar nosso repertório cultural. Nesta primeira edição, temos alguns filmes, um livro e um álbum visual, uma tendência no mundo musical. Ah! E se quiser aparecer por aqui, deixe sua sugestão!

No escuro, de Elizabeth Haynes

De 2011, o livro No escuro é contado através de uma linha do tempo dividida entre o antes e o depois de uma mulher que adquiriu TOC e outros traumas após se relacionar com um homem agressivo. O estudante de jornalismo Sérgio Júnior é quem indica e classifica a obra como instigante, do tipo que causa amor e ódio ao leitor.

“É uma linha do tempo confusa. No antes, temos a relação dela com ele e vamos vivendo as situações que causaram todos os seus traumas. No depois, temos o resultado de tantos traumas: uma mulher triste, sozinha e com medo do passado. Há nele situações tão absurdas de abuso que beiram o exagero, são difíceis de acreditar. Mas, ainda assim, são situações que realmente podem acontecer e provavelmente acontecem por aí. É uma história intensa. Forte. Um retrato real de abuso. Amo pelo fato de ser tão bem escrito e conseguir causar tanto impacto em quem o lê. Me causou sensações ruins durante um bom tempo”, explica Sérgio, que escolhe seus livros pela capa e pelo nome, sem buscar sinopses antes, para garantir a sensação de surpresa ao longo da leitura.

Minhas tardes com Margueritte

Para quem também é apaixonado por toda a delicadeza das produções francesas, a estudante de História Rita Bocato sugere o filme Minhas tardes com Margueritte (2011). No gênero comédia, o filme promove o encontro entre o ranzinza Germain (Gerard Depardeu), cinqüentão com bloqueio intelectual desde a infância; e a frágil Margueritte (Gisèle Casadeus) que, com seus 100 anos, é cheia de vida e história para contar.

“Ela cativa Germain pelo simples amor à leitura. Assim, os dois constroem uma amizade inabalável regada a divertidas conversas e muita leitura. É instigante, dá vontade de ler o mundo através dos livros. É impressionante como ele mostra que a vida de uma pessoa muda a partir do momento em que ele começa a aprender a ler e assimilar o que está lendo”, diz Rita, encantada pela história.

Sr. Sherlock Holmes

Apaixonada por Sherlock Holmes, a publicitária Yoná Michelam indica Mr. Holmes (2015), ou Sr. Sherlock Holmes, em portuga. O filme é incrível porque aborda a velhice do icônico detetive britânico que se exila depois de não conseguir solucionar um caso.

“Ele passa a morar em uma casa, no interior, e faz amizade com Roger, filho de sua governanta, que está bem interessado em resolver o caso. Sherlock está com 97 anos e começa a apresentar sinais de esquecimento. Mas a amizade com o garoto faz com que ele se anime. Eu amei esse filme, principalmente porque vemos o outro lado do detetive. Ian McKellen me emocionou na atuação. Você mergulha na história. A gente está acostumado com aquele personagem sagaz e egocêntrico, ai você se depara com um senhor de 97 anos, cansado e que perdeu seu companheiro Watson, seu irmão Mycroft e a Sra. Hudson. A amizade dele com o garoto é cativante e faz você querer ter o Sherlock como seu amigo”, afirma.

Lemonade

Este álbum não poderia ficar fora do E ai, cultura? simplesmente por ser genial. A rainha Beyoncé saiu da sua zona de conforto, cutucou várias feridas e causou frisson ao lançar Lemonade, seu álbum visual. Para falar dele, convoco o fã da Queen B Johnas Gomes, futuro esteticista.

Ele conta que o nome Lemonade faz referência aos escravos norte-americanos que acreditavam que beber limonada fazia a pele clarear. A obra é chamada álbum visual porque compila todos os clipes e músicas, formando um documentário e contando uma história.

“Ele fala sobre empoderamento negro, violência policial, traição, padrões de beleza, independência feminina e direitos civis. É um álbum bastante conceitual que saiu um pouco do eixo que a Bey costuma trabalhar. Ela optou por algo diferente, um tema bem forte e profundo que defende a causa de muitas pessoas e incomoda outras. Eu particularmente amei, porque defende uma causa que é minha também”, enfatiza Johnas, que elegeu Love Drought e 6 Inch como suas músicas favoritas. Pega o trailer para sentir a responsa desta obra:

As sugestões foram muitas e não param por aí. No próximo sábado, teremos a parte dois de O leitor indica e, se quiser participar, deixe uma indicação nos comentários.

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