Em uma sessão com quase 10 horas, Miguel Reale Júnior e Janaína Paschoal falaram contra a presidente Dilma e defenderam o pedido de impeachment.
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Foi uma reunião longa e tumultuada desde o início. Muita discussão sobre as votações, a saída do jurista Miguel Reale Júnior antes dos questionamentos dos senadores, e prolongados e acalorados debates entre senadores contrários ao impeachment e a jurista Janaína Paschoal.
A sessão começou com clima tenso e muito bate boca entre senadores pró e contra impeachment. Foram quase duas horas para a votação de requerimentos antes do início das falas dos convidados. Senadores contra impeachment questionavam a isenção do relator Antonio Anastasia (PSDB-MG) alegando que isso poderia comprometer o processo, e os favoráveis ao impedimento os acusavam de querer “sabotar a comissão”.
Miguel Reale Júnior
Quando finalmente superaram-se as votações, Miguel Reale Júnior iniciou sua exposição lamentando que o pedido de impedimento da presidente Dilma “tenha servido de oportunidade para que se homenageasse um torturador”. Referindo-se ao voto do deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ), que, ao proferir seu voto na votação do impeachment na Câmara, citou o Coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, apontado como torturador durante o regime militar.
O jurista seguiu expondo que as pedaladas fiscais foram utilizadas para garantir a reeleição de Dilma nas eleições de 2014. E a forma como foram feitas se caracterizavam como crimes de responsabilidade, pois o Governo agiu de forma irresponsável a fim de maquiar as contas públicas e isso prejudicou toda a população.
Ao terminar sua exposição, o jurista foi questionado por apenas um senador, e em seguida, assim como ocorrido na Comissão do Impeachment da Câmara dos Deputados precisou se retirar, pois tinha outros compromissos.
Janaína Paschoal
A professora de direito, apresentou-se com problemas vocais devido a uma alergia. Em sua fala ela disse que “há crime de sobra” para justificar o pedido de impedimento do mandado de Dilma, e que os senadores deveriam levar em conta as investigações da Lava Jato.
Durante suas falas e respostas aos questionamentos, o discurso de Paschoal se enchia de emoções. Por vezes, com voz embargada e olhos marejados defendia que crianças acreditassem que vale a pensa lutar pela constituição e democracia, ou mesmo, lamentava por aqueles que vinham sofrendo com os cortes de gasto feitos pelo Governo, incluindo os que afetam a educação.
Em outros momentos ela se alterara, como próximo ao final de sua exposição, quando o senador Telmário Mota (PDT-PR) questionou sobre um cliente da jurista, que teria batido em uma mulher. “Não quero falar dos meus clientes aqui dentro. Isso fere o meu papel de advogada e não vou admitir. Meus clientes são sagrados e o sigilo profissional também. Vamos aos fatos. Tem coisas que têm limites. Me xinguem do que quiserem, meus clientes são sagrados”, bradou.
Entre outros pontos, Paschoal foi questionada sobre um possível pedido de impeachment do vice Michel Temer. Ela disse que não haviam indícios fortes o suficiente para isso. Também foi dito que após um discurso que fizera, diversos meios de comunicação a questionam se ela pratica alguma atividade religiosa, o que ela respondeu que não é tão possui iluminação para tanto.
Hoje a Comissão ouve a defesa da presidente Dilma, a ser apresentada pelo advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, e os ministros Nelson Barbosa (Fazenda) e Kátia Abreu (Agricultura).
Fonte(s): G1.