Filantrópico, o Hospital e Maternidade São Vicente de Paula de Viradouro, enfrenta grande dificuldade e conta com a colaboração de todos para não fechar as portas.
Não é de hoje que o hospital de Viradouro vem passando por dificuldades financeiras. Muito já foi falado na mídia e em rodas de conversa da população. O que nem todos sabem é justamente o que tem sido feito para tentar mantê-lo em funcionamento.
Em entrevista ao Reconhecida, Carlos Alberto da Cunha (52), trabalha na administração do hospital nos contou um pouco sobre o deficit da instituição filantrópica. Os pagamentos de credores, funcionários e até mesmo a busca de verbas e colaborações para evitar que o único hospital do município feche as portas.
Você trabalharia por 4 meses sem receber salário? Os funcionários do hospital já trabalharam, e não é porque trata-se de um grupo de voluntários, são médicos, enfermeiros e muitos outros que, para manter os empregos e o atendimento a população, trabalharam mesmo com seus salários atrasados, para tentar garantir o melhor atendimento possível a população. Como nos disse Carlos Cunha “Eram praticamente voluntários, trabalhavam por amor mesmo”.
E justamente este amor evitou que o hospital fechasse as portas em março de 2014. Cunha tem atuado junto o atual provedor, Laércio Guiderolli, há quase dois anos tentando fechar as contas, algo muito difícil de ser feito quando se acumula deficit mensal de aproximadamente R$20.000,00 (vinte mil reais) ao mês. Por isso, vários eventos foram e continuam a ser realizados, como a venda de pizzas, levantamento de ofertas na igreja, doações de empresas, distribuição de carnês à sociedade, etc… Além dos eventos próprios, eles contam também ajuda de outros, exemplo, a prefeitura, que colabora quando possível como na realização do almoço beneficente.
Nestes dois anos as contas com os fornecedores foram acertadas, justamente pela recuperação de crédito para caso necessário. E a conta de luz, algo em torno de R$70.000,00 (setenta mil reais), foi parcelada, mas o pagamento deste parcelamento está comprometido desde o fim de 2015 quando houve nova queda brusca de arrecadação “Quando chega o final do ano, cai o movimento, agora, pior ainda porque para a safra… O faturamento caiu mas a dívida continua” nos contou Cunha.
Os problemas do hospital não eram apenas financeiros. Cunha nos contou que havia uma documentação atrasada também, e graças ao apoio de uma voluntária foi possível regularizar toda a documentação. Segundo o administrador, este foi um passo essencial para conseguir iniciar ações para tentar recuperar o local.
Pronto-socorro, convênios e carnês
Em reunião com o prefeito Maicon Lopes (PSD), foi revelado o plano de retornar o pronto-socorro para junto do hospital. O prefeito quer reformar a área do prédio onde ficará o pronto-socorro e trazer passar a utilizar as instalações até o mês de abril e com isso, o valor de R$6.000,00 (seis mil reais) pago de aluguel atualmente poderá ser investido em reformas prediais e pago para o hospital por ceder suas instalações para o pronto-atendimento. Cunha nos confirmou a informação, e ambos acreditam que este é um passo muito importante para ajudar na recuperação do hospital.
Os convênios são uma das fontes de renda do hospital. O aluguel e os atendimentos ajudam a gerar alguma receita, mas, ainda assim, insuficientes para fazer as contas baterem. Para tentar fechar as contas, há anos o hospital depende do apoio da população e comerciantes para auxiliar com um carnê. O carnê funciona como um convênio, e proporciona alguns benefícios, como descontos em consultas e exames em clínicas de médicos que se mobilizam em prol a causa de manter o hospital.
Cunha encerrou com o apelo para que as pessoas que puderem ajudem o hospital, peguem e paguem um carnê, concorrerão a prêmios e ajudando a recuperar a saúde financeira da instituição. “Fizemos 2 mil carnês, mas nem 700 saíram… Esperávamos arrecadar quarenta mil por mês para conseguir pagar os funcionários”, disse Cunha, que nos contou ainda que está sempre enviando ofícios solicitando verbas para o Estado, deputados e quem mais puder ajudar, e deixou a sugestão “Quem tiver acesso a deputado, ou empresa que puder ajudar, entre em contato, pois na situação que está, toda ajuda é bem-vinda.”
Os interessados em colaborar com um carnê pode retirá-lo no próprio hospital, o valor mensal é de R$20,00 (vinte reais) e te dá vários benefícios e a oportunidade de ajudar o hospital a continuar com sua história de ajudar os necessitados. O Reconhecida ajudará o hospital divulgando, sempre que possível, suas campanhas, eventos e novidades sobre a situação da instituição. Trabalhar para que a sociedade seja um local agradável para todos não é obrigação exclusiva de um ou outro grupo, é dever de cada cidadão enquanto membro de tal sociedade.