Depois de WikiLeaks e os fatos que levaram a produção do filme Spotlight – Segredos Revelados, agora temos Panama Papers, a maior investigação jornalística da história!
Considerada a maior investigação jornalística da história, promovida pelo Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos, a Panama Papers recuniu mais de 11 milhões de documentos ligados a Mossack Fonseca, com informações sobre mais de 200 mil empresas offshore que contam até com líderes mundiais envolvidos em supostos casos de lavagem de dinheiro.
Mossack Fonseca é um escritório de advocacia formada por Jürgen Mossack, filho de um alemão que lutou na segunda guerra mundial, mas migrou para o Panamá na década de 1960. Ramón Fonseca é advogado, escritor e ex-assessor do Governo do Panamá, fundador do grupo GM.
Os dados já revelados da Panama Papers revelam o nome de mais de uma centena de políticos mundiais, incluindo 12 líderes e ex-líderes mundiais. A investigação mostra que milhares de empresas foram criadas em paraísos fiscais e muitas pessoas utilizaram isso para ocultar patrimônio e lavagem de dinheiro.
Empresa offshore não é considerada ilegal. São empresas abertas em outros países, mas devem ser declaradas e tributadas no país de origem de seus investidores.
Na lista de nomes apontados no levantamento estão políticos brasileiros dos partidos PDT, PMDB, PP, PSB, PSDB e PTB, além de pessoas e grupos citados na Operação Lava Jato. Entre os nomes suspeitos, está o de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente da Câmara dos Deputados, investigado na operação Lava Jato, mas, não há documentos assinados por ele.
Além de Cunha, também encontramos na lista: Delfim Netto (ex-ministro da Fazenda), Vadão Gomes (ex-deputado Federal), João Lyra, também ex-deputado, Newton Cardoso, ex-gorvernador de Minas Gerais, Newton Cardoso Jr, filho do ex-governador de Minas Gerais, Sérgio Guerra, ex-senador, Luciano Lobão, filho do ex-ministro Edson Lobão (PMDB-MA), Gabriel Nascimento de Lacerda, filho do prefeito de Belo Horizonte, Paulo Octávio, foi vice-governador de Brasília, Gabriel Junqueira Pamplona Skaf, filho de Paulo Skaff, atual presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Rodrigo Meyer Bornholdt, candidato a deputado estadual por Santa Catarina em 2010 e seu pai, Max Roberto Bornholdt, ex-secretário da fazenda de Santa Catarina.
O levantamento de dados da Panama Papers é cerca de 1500 vezes maior do que Wikileaks, pois conta com documentos de até 40 anos envolvendo offshores e pessoas de diversos países. Para se ter uma ideia, além de políticos, até o esporte tem seus nomes citados na investigação, destaque para o atual bola de ouro Leonel Messi, que também é julgado em Barcelona por fraude fiscal, junto de seu pai. Cartolas do futebol e atletas de outras modalidades esportivas também são citados, Enfim, parece que teremos muita informação revelado ao longo deste ano sobre esta operação.
E a Panama Papers já começou a causar suas baixas, ontem (05) a primeira renúncia foi feita pelo primeiro-ministro da Islândia, Sigmundur David Gunnlaugsson. O premiê renunciou após a população ter se manifestado e a oposição ter pressionado por sua saída. Sua renúncia ocorreu após ele ver seu pedido de dissolução do Parlamento negado pelo presidente do país, Ólafur Ragnar Grímsson. O presidente alegou que não acha certo o Primeiro ministro sozinho ter poder de dissolver o parlamento sendo que a maioria da Casa não concorda com isso. Pelo Facebook o Primeiro Ministro se manifestou sobre sua renúncia.