[Crítica] Bright da Netflix

[Crítica] Bright da Netflix

[Crítica] Bright da Netflix

Will Smith estreia esta produção da Netflix, e deixa suas marcas, com boa atuação, presença de tela e humor característico.

Bright trata de uma Los Angeles segregada após uma guerra que ocorreu há mais de 2 mil anos. Raças como Humanos, Elfos e Orcs além de outras, tentam conviver, porém, a segregação é bastante notória.

A história traz o Policial Ward (Will Smith) que tem como parceiro o único policial Orc, Nick Jakoby. O policial Ward é alvo de um criminoso Orc que atira a queima roupa. Jakoby não consegue capturar o atirador e isso só reforça a richa entre humanos, sobretudo policiais e os Orcs. Os policiais, depois, ainda entrarão juntos em um caça a um artefato poderoso de destruição em massa.

O enredo conta ainda com corrupção e conspiração policial, sobretudo para se livrarem do policial Jakoby. São abordados pontos como rivalidade entre raças num clássico “Mortadela x Coxinha”. Alguns estereótipos marcam presença no filme, como o Latino cheio de filhos, e conflitos de minorias envolvendo dilemas que, dependendo seu ponto de vista, poderá achar engraçado, ou se culpar por rir de uma piada sobre algo sério.

O desenrolar da história se dá de uma forma interessante durante a primeira metade do filme, é aí que as soluções fáceis começam a surgir, a história cresce, os conflitos se tornam maiores e mais profundos, e mais uma vez, soluções desconfortavelmente esperadas e prenunciadas surgem.

Quando os elfos surgem, percebemos uma mudança na fotografia, na atmosfera, e tudo fica mais performático, simétrico e sinérgico… Talvez até demais, mas isso não é ruim, pois contrasta com o ambiente caótico do restante do filme, ainda que a presença de elfos, possa significar mais sangue e explosões, mas, é de encher os olhos assistí-los.

A direção tentou desde o primeiro arco nos preparar para uma reviravolta, porém, o que conseguiu foi nos dar um grande spoiler, que não deixou menor o deus ex machina, por mais que a todo instante nos fosse jogada na cara a possibilidade da solução.

A direção de arte tenta trabalhar três escalas de ordem, porém, a sutileza é tanta que em alguns momentos não sabemos se estamos em uma região de Humanos ou Orcs. Já a região dos Elfos aparece pouco, e é marcada pela simetria.

O filme envolve na construção da tensão e rapidamente ficamos imersos e tomados pela preocupação com as personagens. As cenas de ação, carregadas dos clichês, não nos deixam preocupar muito pelas personagens, mas, são boas a ponto de não deixarem o sono chegar.

Os diálogos, no geral, são bons. A fotografia é boa, direção de arte tenta, e a história e razoável. No arco final, principalmente, algumas ações são tomadas, nitidamente para tentar dar uma carga dramática aonde não há, o que deixa as coisas um tanto quanto presumíveis, e levemente irritantes. Mas, para esquecermos destes momentos finais irritantes, o final do filme dá espaço para o humor de Will Smith nos tomar e encerrarmos o filme satisfeitos e felizes com a produção.

Bright tenta abordar temas modernos e que exigem muita reflexão, como segregação racial, conflitos de minorias, corrupção e criminalidade, mas, não chega a se aprofundar, pois o clima fantasioso muda a perspectiva da narrativa no meio do filme, e no final, acabamos mais empolgados com batalhas entre Humanos, Orcs e Elfos, do que com a parte reflexiva do filme. Isso pelo menos, ajuda a tornar o filme acessível à quase todos os públicos, e em algum aspecto vai te agradar. É o tipo de filme que não vai se tornar um clássico, mas, vai te entreter e você não se esquecerá do que viu assim que terminar.

https://youtu.be/tE8OH4K1kIQ

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