Conselho de ética adia votação contra Cunha

Conselho de ética adia votação contra Cunha

Com tumulto e sem votação, presidente marca para amanhã votação do parecer do caso Eduardo Cunha.

José Carlos Araújo (PR-BA), presidente do Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, encerrou a sessão que estava marcada para votar o parecer do relator Marcos Rogério (DEM-RO) pela cassação do deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

Rogério pediu mais tempo para analisar o voto do deputado João Carlos Bacelar (PR-BA), que sugeriu, ao invés da cassação de Cunha, a suspensão por 3 meses. “Não poderia, por dever de lealdade, fazer a análise de forma açodada. Para fazer essa análise mais detalhadamente, poderia apresentar as alegações finais ainda nesta quarta-feira”, disse Rogério.

A nova data da votação ficou marcada para amanhã, quarta-feira (08/06).

Reunião do Conselho de Ética termina sem votação de parecer desfavorável a Eduardo Cunha. (Foto: Alex Ferreira / Câmara dos Deputados)
Reunião do Conselho de Ética termina sem votação de parecer desfavorável a Eduardo Cunha. (Foto: Alex Ferreira / Câmara dos Deputados)

O parecer

O parecer foi apresentado na reunião da última quarta-feira (1), mas um pedido de vista conjunta adiou a discussão do parecer. Marcos Rogério recomendou a cassação do mandato do parlamentar por quebra de decoro. O relator acusa Eduardo Cunha de ter mentido à CPI da Petrobras ao declarar que não possuía contas no exterior.

Segundo o relator, a partir de documentos do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Banco Central, “os trustes instituídos pelo deputado Eduardo Cunha representam instrumentos para tornar viável a prática de fraudes”.

A defesa

O advogado de Eduardo Cunha, Marcelo Nobre, rebateu as acusações e reafirmou que truste não é conta bancária e não pode ser considerado propriedade, por isso, Cunha não teria mentido na CPI da Petrobras. “Truste não é propriedade. Não se pode considerar um truste como um bem seu”, afirmou.

Marcelo Nobre justificou que a Receita Federal não autuou seu cliente por contas no exterior, porque elas não existem. “Por que a Receita não autuou meu cliente? Porque não existe [conta no exterior]. A Receita é formada por gente séria, competente e atuante. Eles não fizeram nada, porque não existe”, defendeu o advogado.

Fonte(s): Câmara dos Deputados.

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