No dia em que o The New York Times trouxe Dilma em sua capa, a advocacia geral da união apresenta a defesa da presidente na Comissão Especial do Impeachment.
[yop_poll id=”6″]
A semana começou com a imprensa internacional repercutindo o cenário político brasileiro. The New York Times trouxe uma capa estampada com a foto da presidente Dilma e a frase “How Web of Corruption Ensnared Brazil” (Como a rede de corrupção envolveu o Brasil), e comparou o que acontece na política brasileira com a série Games of Thrones, o que já repercutiu na imprensa nacional, que esperava para ver a defesa da presidente que seria apresentada na tarde dessa segunda-feira (04).
Durante a sessão da Comissão Especial do Impeachment, parlamentares levantaram questão de ordem sobre quem defenderia a presidente Dilma, pois alguns parlamentares acreditavam que o crime teve natureza física e por isso a Advocacia-Geral da União (AGU) não poderia defendê-la. A questão foi negada pelo presidente da Comissão, Rogério Rosso (PSD-DF).
No final da tarde, o advogado-geral da união, José Eduardo Cardoso entrou por uma porta lateral ao plenário onde ocorria a reunião da Comissão, a fim de evitar possíveis manifestações e tumultos. Em mais de 1 hora e meia, Cardoso apresentou sua defesa de mais de 200 páginas.
Entre os pontos principais, Cardoso disse que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) somente aceitou o pedido de impeachment contra a presidente Dilma por vingança, pois o PT não teria concordado com o movimento pendular do parlamentar e negou os votos que Cunha precisaria para escapar do processo contra ele no Conselho de Ética da Câmara. Cardoso lembrou que a imprensa noticiou fartamente o movimento de cunha, flertando com o Governo e oposição.
Em resposta, Cunha disse que a acusação contra ele é infundada, uma vez que ele teria aprovado o pedido de impedimento em 2 de dezembro de 2015, enquanto que a primeira votação no conselho de ética ocorreu somente no dia 15.
Ainda na defesa de Dilma, Cardoso afirmou que aceitar este pedido de impeachment seria rasgar a constituição, pois ele não tem base legal para ser aceito, e defendeu as chamadas “pedaladas” como atos realizados por vários governos anteriores, e que nunca foram consideradas ilegais, dizendo que estão querendo tornar retroativo o efeito de uma lei aprovada somente no ano passado, afim de prejudicar a presidente Dilma.