Também conhecido como álbum visual, o visual album consiste no trabalho de um músico que, ao invés de lançar um compilado de músicas e clipes sem ligação uns com os outros, formata seu trabalho como um filme ou documentário. É como se cada música e clipe se complementasse e contasse uma história.
Este tipo de trabalho veio a tona quando Beyoncé lançou Lemonade como um documentário lançado pela HBO que aborda os estágios da desilusão amorosa e ainda enfatiza temas como empoderamento feminino e negro. São 12 músicas, algumas parcerias e o resultado foi uma explosão de apoio e identificação com os temas tratados. Já falamos deste álbum visual aqui, mas para lembrar, o nome Lemonade faz referência aos negros americanos que, antigamente, acreditavam que beber limonada faria a pele clarear. Forte, né? Vale a pena ouvir e refletir.
Além de Lemonade, outros artistas aderiram aos álbuns visuais, muitos até bem antes da própria Beyoncé. Este movimento musical apresentou aumento significativo nos últimos cinco anos.
Escolhi, então, outros três visual albuns que tenho acompanhado nos últimos tempos, sem saber que eram álbuns visuais. Alguns eu nem tenho certeza que são, mas eles seguem o formato de homogeneidade, similaridade e continuidade propostas pelo álbum visual.
The Odyssey
Taí uma de minhas cantoras favoritas: Florence Welch. Junto com a banda The Machine, a britânica tem um jeito autêntico de fazer música e, compondo seu mais recente trabalho How big how blue how beautiful, lançou o álbum The Odyssey, com seis capítulos. A cantora lançou cada um dos clipes separadamente e, apesar da semelhança nas produções, só anunciou que se tratava de um álbum visual no lançamento da sexta e última parte. O trabalho completo foi lançado em abril, contando com os clipes em sequência e mais algumas cenas inéditas. O álbum é muito intenso e minha música favorita é, sem dúvida, Delilah.
1000 Forms of Fear
A misteriosa e platinada Sia fez um trabalho primoroso em 1000 forms of fear, lançado em 2014. De forma fragmentada, a cantora conta a sua história pessoal de vida, seus altos e baixos e toda a profundidade da cantora que, por muito tempo, ficou nos bastidores apenas compondo canções para grandes nomes como Beyoncé e Rihanna. As músicas deste álbum, que não é necessariamente um álbum visual, são intensas e ficaram marcadas pela presença de uma jovem dançarina, a Maddie Ziegler. Todas as músicas são ótimas, mas eu tenho certeza que, pelo menos uma vez, você ouviu e quis dançar Chandelier, vai?
Electra Heart
O álbum também recebe o nome do alter ego de Mariana Diamandis, mais conhecida pela banda Marina and The Diamonds. Electra Heart estreou em 2012, com 11 clipes em sequência, mostrando uma menina com medo de se apaixonar. A obra faz crítica ao padrão feminino imposto pela sociedade e Marina, ora transparecendo uma boneca perfeita dos anos 50, ora usando artifícios macabros, busca chocar e chamar a atenção para esta cobrança enorme sobre as mulheres. Feminismo e liberdade sexual também entram neste álbum.